Ora bem...

Tive um fim de semana que dá pano para crises histéricas frente à balança, lindas (e ainda frescas) memórias, uma negra na perna e muitas linhas...
Qualquer uma das opções é extremamente arriscada e potencialmente conducente a uma camisa de forças (tanto pano junto nunca deu boa roupagem...)
Ainda assim e depois de advertidos todos aqueles eventualmente impressionáveis por descrições visionárias de 2 dias de "rambóia" apoteótica devem evitar as próximas llinhas (os que tiverem pouca paciência para dementes também), sob pena de sucumbirem a uma overdose de riso espasmótico naturalmente fatal para qualquer neurónio orfão.
Aqui vai disto...
Depois de uma semana de escala imprópria para meninas de família e hiperactivos, nada como recuperar o ar da minha (pouca) graça com um despertar às 6:30 da matina (lá foi a graça toda para o caraças!). A minha heidi merecia o sacrifício, mas o meu corpo teimava em não me ouvir e nem sequer a porcaria da camisola "d'interior" me deixava enfiar num subtil "vai andando, que eu fico por aqui". Após sanguinária batalha (mordi o lábio entretanto) lá o persuadi (mediante ameaça de privação de chocolate por 2 dias - o desgraçado está mesmo agarrado) a cooperar.
Apetrechada com o meu saco cama estava preparada para as invernias da Serra da Lousão. A tampinha do meu yogurte Danone (sim, estou viciada nas tampinhas) deu o empurrão final com um "puro sorriso".
Inspirada, lá saí para a manhã fria com um sorriso a saber a coco.
Sorriso que se apagou (tal como o resto do corpo) assim que me acomodei no expresso. Acordei com o "ser benfiquista" (que me tem dado mais desgostos que alegrias) do tlm e acabei por despachar o meu gaiato à custa de uma bateria fraca (por acaso já lhe dava umas beijocas...)
Despejada em Coimbra city descubro que a minha heidi ainda não tinha saído de casa!! Ultraje! Para não deixar de avisar da minha ansiada chegada, acabei por trocar o meu menino por uma tosta mista, uma ucal aquecida e uma revista com o Harry Potter na capa.
(Nota para a Bailaroska: os posters da revista são muita giros, portantos decidi forrar as paredes do meu quarto, colando os ditos cujos com os cromos repetidos da caderneta e criar um santuário ao HP. Podes visitar, mas traz o teu caldeirão!!!)
Assim que a heidi chegou (gira que dói!!) enfiou-e njo heidi-móbil e arrastou-me para o centro de consumo mais próximo, o Continente. E ali, sem piedade, ela e a irmã deixaram o que foram os meus honorários do ano num carrinho de compras caloricamente letal...
Como se não chegasse de "letacidade" fomos almoçar ao mac... mas posso afirmar com orgulho que resisti ao macflurry.
Depois de alimentada, e qual gretel aprisionada pela heidi-má, enfiaram-me numa casa e... lamento mas não me comeram (sou mt indigesta, excesso de gorduras), escravizaram-me!!
As minhas pobres mãos viram-se laranjas de tanto ralar cenoura! Ele foram rodelas de laranja, ele foi carregar coisas pró modesto palacete em estreia oficial, enfim, uma "dor, dor, agonia, sofrimento..." só!! E muitíssimo divertida, assinale-se.
Contudo nova tarefa hercúlea nos aguardava... "nos" é força de expressão. Eu tenho lá cabecinha para indicar direções a alguém... Uns andaram mais parto de Marrocos que outros, mas todos picaram o ponto. Provavelmente deixaram-se guiar pelo cheiro dos dois leitões assados trinchados às nossas mãos! Suspeito que passei a partilhar inúmeros genes com os bácoros, tal a ingestão de carnes... Ainda hoje me chamaram porquita.
Por volta da hora da Cinderela acabámos o faustoso repasto (não vou falar nas sobremesas porque foram um verdadeiro atentado às coxas...) e digerimo-lo em amena cavaqueira com o ex-Presidente do Conselho Distrital de Coimbra da Ordem. Muito pouca seriedade para tão selecta classe, mais ou menos como alguns clientes clientes que nos saem na rifa!!
Ás duas da manhã sair só mesmo os que não tinham reservado colchão... Assim sobrámos euzinha, a bailaroska, o sofia, o famigerado, a heidi (a dona do tasco, porque não?) e montes de comida. Implorei a todos os santinhos que me livrassem daquele cálice e de mais uma fatia de tarte, mas já deviam ter encerrado o estaminé...
Dançámos, vimos o filme dos anos do magalhães e as divinas imagens daquele sábado e rendemo-nos ao saco-cama. Não sem antes termos presenteado a aniversariante com 2 artigos de luxo exclusivos para moças jeitosas. E muito útil um deles, já que a presenteada se tinha esquecido do belo do pijama (ou queria praticar naturismo, ainda está por apurar...).
Enfiádos no único quarto com aqueciment0 e já visões gloriosas das que se fazem os sonhos, mandámos o trivial às urtigas (era a versão para menores de 4 anos) e apagámos a luz. Pena foi alguém se ter esquecido de desligar o som. Como ser embalada por um comboio.
Talvez por isso às 11 horas já estivesse tudo como o rabo fora do saco-cama. Os restos chamavam por nós e eu não sou muito de contrariar ninguém... Estou convencida que a heidi agradeeu ao santíssimo não ter de me sustentar a mim e à bailaroska. Antes sustentar um burro a caviar.
Já sem a Sofia partimos serra a cima (a desgraçada tentava-nos de todas as varandas...) rumo ao desconhecido. O desconhecido, um mundo novo em que habita um povo com uma tradição milenar: fazer auto-retratos em neve e expô-los em cima dos seus arcaicos veículos de locomoçãos, qual plca identificativa (cheira-me que deve ser uma coisa de homem, reacionada com a virilidade...)
No pico da serra perdemos a vergonha: escandalizámos as criancinhas, fizemos algumas negras, enchemos os bolsos de gelo e ficámos com as mãos num caco gelado. Há muito tempo que não me ria tanto (excepto qd estava a ser agredida por avalanches de neve). ainda imbuída no mesmo espírito fui vilmente impedida pelos outros 3meninos bem de dar asas à minha liberdade, pelo que tive de me vir embora sem cuspir para a nascente da praia fluvial lá do sítio.
Só faltavam as despedidas. Mas nunca sem antes voltar a encher o bandulho (sou gente muito coerente)
E prontos!!!
Muitos beijos, muitos abraços e alguns kilómetros depois já estava à porta da rodovária a rever as fotos com a bailaroska (que se esqueceu de trazer a minha música no carro...) e a tentar manter a compustura. E senti a falta de alguns naquelas fotos.
Recambiada ao interior mais esquecido e ostracizado e agora, depois de desabafar, resta-me perguntar: minha heidi tu gostaste tanto da festa quanto nós?

Escalas...

Não musicais, embora não tivesse faltado quem se disponibilizasse para me dar música...
Uma semana de escala no Tribunbal e estou pronta para a reforma... Não porque tenha chegado ao limite da minha reduzida capacidade de trabalho, mas porque o marasmo foi tal que já me habituei a longos dias de "dolce fare niente", de horas de inércia na companhia de um ar condicionado. Acho que me adaptava na perfeição às pantufas, ao gato, ao crochet e ao Portugal no Coração. Já não lidaria tão bem a dentadura...
Esquecida pelo universo de inúmeros Arguidos em potência que há por essa comarca fora (advertidos de que era com a minha "defesa indecente" que teriam que se contentar - e sendo eu, indecência não deveria faltar), passava manhãs animadas, na companhia de outros advogados aldoneiros cheios de fome de conversa (indubitavelmente os mesmos que devem ter andado a espalhar que era eu a indecente da semana...)
O que implicou necessariamente que saísse daquela sala todos os dias a exalar um agradável fedor a tabaco. Pobres fumadores, discriminados e com a sua liberdade coarctada! Os não fumadores que tratem de não ser piegas e de trazer um isqueiro na carteira para qualquer eventualidade!! Ainda assim, vendi os meus pulmões à custa de algumas gargalhadas.
As tardes... longas horas de penitência. Esgotada a provisão de criminosos na 2ª feira (em que não faltou sequer a tentativa de engate de um intérprete ucraniano . não há fome que não dê em fartura) restou-me contar os minutos e apreciar os resquícios de fumo do belo do cigarro.
O ambiente propício a radicais epifanias.
Descobri que não há coincidências. Não, não me converti à escrita "light", constatei que inconscientemente fui denunciada por mim própria! (depois de um rebuscado raciocínio, fruto da recente leitura do código de Da Vinci)
Na sala de audiências opto sempre pela bancada da direita. Ora a dita cuja sala (feia que nem...) tem ao longo da parede uma pintura sui generis dos pecados capitais e das virtudes correspondentes (no meu caso, nunca chamadas ao barulho). sempre que me sento na minha bancada de eleição quem fica exactamente por cima da minha fardada pessoa, qual aviso luminoso? As patuscas encarnações da ira, da gula e da preguiça! O meu retrato pintado!!! Não obstante estou a ponderar seriamente processar a sala de audiências por acabar com a minha reputação!
Posto isto, decidi não mais dedicar-me às escalas excessivamente prolongadas.
Produzem alucinações.

Inveja

If you read this, if your eyes are passing over this right now, even if we don't speak often, please post a comment with a memory of you and me. It can be anything you want--good or bad. When you're finished, post this little paragraph on your blog and be surprised (or moritified) about what people remember about you.

Inveja pura é o que me leva a pedir memórias. Inveja apimentada com saudade e curiosidade. Inveja das memórias que encontrei por aí... Memórias que lerei como o meu único olho válido, já que o outro chinquei-o numa folha de oliveira e está provisoriamente inutilizado :D. Culpa da gata que não me veio dar uma ajudazinha. A sobrecarga dá nisto!!!!

Gosto

Gosto do dia 1 de Novembro.
Gosto de ir até ao cemitério mudar as flores, endireitar as jarras, limpar as fotos...
Reencontrar caras conhecidas ou que reconhecemos nas caras dos outros.
A família que revemos uma vez por ano, que nos relembra as saudades que nos deixaram.
Mudar as flores, endireitar as jarras, limpar as fotos... como pôr a conversa em dia e deixar um beijo.


De humor de cemitério é que já não gosto nada...
Aquele que fica depois de alguns jogos do Benfica!!!!