Bolha

Porque a minha história não podia ficar sem pontuação...

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Filhós com...


... vinho não faço ideia, mas com leitinho não fazem mal e são sempre benvindas!!

Não bastava o rol de defeitos e pecados que são meu apanágio, logo haveria o Natal de trazer mais um: o vício por doces natalícios caseiros. Um petiscar a toda a hora que me deixa uma alergia prolongada às balanças.
Se a isso acrescentarmos o fim da renúncia a chocolates (a resistência chegou ao fim...), prometida a alguns seres cruéis e insensíveis, e os kilos que foram caindo de toda a parte, poderemos ter noção do PESO da minha auto-infligida desgraça!

Tive um Natal digno de um postal à Europa do Sul (portanto sem neve), saído do próprio quartel general dos duendes do velhote da Coca- Cola.
A decoração da casa roçou o limiar da perfeição. Não fora um pinduricalho foleirote, atentado ao bom gosto, que a minha mãe insistiu em expor bem no centro da sala e humilharíamos qualquer revista de decoração. Não há como ter uma dúzia de caixas a transbordar de enfeites e estar possuída pelo espírito natalício. Se forem 3 as possuídas as coisas até encontram o seu lugar sozinhas. Algumas enganam-se (como o pinduricalho, que não encontrou o caminho dos enfeites condenados ao não retorno...), mas nada que uma alegria contagiante não tolere.

Inevitavelmente saía todos os dias de casa inspiradíssima, pelo que as compras de Natal este ano foram de vento em popa. Havia sempre aquela coisa certa à minha espera numa prateleira qualquer. E adoro procurar entre multidões de entusiasmo, temperadas por uma iluminação generosa e uma alegria contagiante.

Será que neste momento já alguém duvida que eu sou uma fã incondicional do Natal?

Na véspera do dia N acordei com um sorriso nos lábios e uma canção alusiva na ponta da língua.
Eu e a minha mana fomos deixadas à conta de um forno e o simpático não nos deixou sossegadas. Tivemos tempo para tudo para fazer bolachinhas e brigadeiros, para ver um monte de filmes na 2, para deixar queimar os pãezinhos com chouriço enquanto recebíamos chamadas de boas festas, para partir nozes enquanto o rádio sussurava "White Christmas" e as sms choviam.
Depois da ceia (de polvo) a 3 foi só esperar que a mãe chegasse do trabalho para dar início ao intrincado processo de rasgar embrulhos. O Pai Natal esteve excepcionalmente "ohohoh" para os meus lados este ano :).
Sem tempo para apreciar as recém aquisições enfiámos o barrete e seguimos para a aldeia. Encontrámos algumas "prendas" que estavam por abrir...
Deitei-me com om mesmo sorriso com que tinha acordado. As canções tinham saltado da ponta da língua e ficado por aí.

No dia seguinte, sob pena de poder esquecer o resto das prendas, tive de madrugar para assistir à missa. Abandonar os lençois de flanela às 8 da manhã para ouvir um coro "rebenta tímpanos" enquanto o calor se escapava pela boca a cada amen não era um grande princípio de dia de Natal. Mas sendo o dia que era não havia mau agoiro que funcionasse. Depois do almoço (com uma mesa recheada de tios e primos) uma nova distribuição de prendas, um corropio de embrulhos a mudar de mãos e muitas gargalhdas. Uma menção especial para a caixa qua a minha primita pequena me deu ;).
Tempo para as habituais peças teatrais não havia, mas tivemos direito a uma apresentação powerpoint (as tecnologias estão a dominar o natal) hilariante (mérito da piquena novamente).

Regressados à civilização faltava o circuito pelas casas que ainda não tinham saldado o seu débito de prendas e só regressámos a casa de sacos cheios (pais natais ao contrário) e sabor de boca a camarões, chouriça assada e rabanadas...

O sabor de boca deste Natal ainda anda por aqui.
A época mais feliz do ano não se via assim.

Mas quase apetece dizer: Natal, volta pra trás...

sexta-feira, dezembro 23, 2005


Um Feliz Natal para todos!!!!

terça-feira, dezembro 20, 2005

Ele há encontros...


... que nos trazem sorrisos. Outros que levam saudades. Há aqueles que chovem lágrimas. Os que nem se notam. Os que nunca se esquecem.
Há encontros que passam. Há encontros que se deixam ficar...

Há encontros que deixam ouras coisas... uma nalga negra, por exemplo! E para a nalga não se sentir só, deixam um cotovelo da mesma tonalidade!
Não, não me dediquei ao contorcionismo e a coisa correu mal, nem me tornei adepta do sado-masoquismo mais extremo. Tenho sim uma queda natural... para as quedas. Sobretudo para aquelas em que a minha única intervenção é o tralho final (quase fatal, diga-se).

Sempre fui apologista de fins-de-semana bem passados, mas estou a chegar à conclusão de que se estão a tornar radicais de mais para uma taralhoca de tão provecta idade. Especialmente se implicam o meu rabito (afortunadamente bem guarnecido, ou as consequências seriam trágicas) contra a brita! A artrose já não me permite este género de veleidades, e a sacrificada nalga não me permite outras veleidades...
Tragédias atrás de tragédias, tudo por causa de um encontro!
Agora nem dinheiro quero encontrar! Deve ter uma chiclet pegada, que inevitavelmente vai ficar agarrada ao meu cabelo e necessariamente implicará um corte imperdoável!

Pensar que foi o Natal que motivou tão malfadado encontro... o velhito das barbas anda definitivamente às avessas comigo e o corpo é que paga.
E tudo parecia tão promissor no Sábado de manhã. Apesar de serem 6:30 da matina quando o despertador me atirou dos lençois de flanela para fora.
Voltei a sacudir a bela da remelita às 10:30, quando o expresso me despejou em Coimbra.
Enquanto esperava pela heidi vi passar um desfile de pais natais motards. Achei que era um bom presságio.
Para não falhar... enganei-me!
Às 5 da tarde já estavamos eu e a minha companheira de infortúnio largadas num banco do Dolce Vita, enchotando os velhotes que se queriam apoderar do nosso precioso encosto (rais'parta os sacanas dos reformados - acham que têm prioridade!!!) e sem uma montrita que nos fizer levantar...
Só o fizemos meia hora mais tarde e por causa do Harry Potter (sim, eu sei que sou pedófila) e tão só porque o rapaz também oferecia assento. O filme foi fantástico, mas eu e a heidi, ainda que moças de substância, tivemos que lidar com um pacote de pipocas sem fundo, cheio de grãos de milho assassinos que ofuscaram por completo um tal de Voldemort.
Ao jantar a fome não era muita... graças aos empregados do estaminé que davam enjoos. Ainda assim eu e a heidi não deixámos créditos por mãos alheias e limpámos tudo até ao último naco de drácula. Afinal, não podíamos embaraçar os cavalheiros simpáticos, educados e discretos que nos faziam companhia, nem deixar mal a raça das mulheres que não se importam de lamber o prato!!!
Tentámos persuadi-los a trocar as prendas meninas com meninas, meninos com meninos, já que aqueles embrulhos mal amanhados não inspiravam confiança. Recebemos um não rotundo e o nosso estado de recém convalescença do repasto não nos permitiu replicar.
Reservámos o particular espectáculo que é a troca de presentes para um dos barzinhos da beira rio, para afogarmos a respectiva se não agradasse. Não foi necessário nenhum prendicídio, porque a máquina fotográfica achou todos eles absolutamente fotogénicos..
O ruído subia de tom e nós viemos para a rua arejar, fazer companhia ao urso de erva (cremado no dia seguinte).
Abonaria a nosso fazer dizer que estavamos tocados para justificar as cenas menos própiras, mas não... sóbrios que dói e ainda assim de rabo na brita...
Como ainda não se sentiam as negras, ajudei a heidi a coagir os meninos a fazerem-nos escolta na disco.
E que disco!!! Assim que entrámos uma barriguita peluda de um avozinho a dar as boas vindas!!
Felizmente o reumático pôde mais que o álcool! O lugar encheu, os rapazes desesperavam e nós felizes da vida! Ás 5 da manhã cedemos a apelos agónizantes e "desligámos a ficha" (nas palavras do mestre).
Só o mestre foi homem para nos fazer companhia o resto da noite. E o infeliz não nos deixava aterrar nos colchões sob pretexto algum!!! Voavam almofadas, sacos-cama... meninas. Antes a história das 3princesas!! Só o esgotamento pôs fim ao nosso tormento.
A história do resto do encontro é simples: ronhar até lindas horas, comer divinamente, insistir nas compras, enfiar-me no expresso e ver a negra crescer!

Encontros...

terça-feira, dezembro 06, 2005

Adeus

Uma singela homenagem ao meu telemóvel...
Nada estético, quase sempre inoportuno, muito pouco discreto, com o vício insuportável de ouvir as conversas todas!
O meu telemóvel... morreu...
Tudo lhe foi perdoado e tanto levou para a cova (para a reciclagem electrónicas entenda-se...). Lágrimas (poucas), gargalhadas (muitas) e anos de vida.
Agora descansa em paz no Inferno dos telemóveis.

Sim, porque por muito fiel que fosse o falecido ainda não me esqueci das não poucas vezes em que gritava "ser benfiquista" nas ocasiões mais comprometedoras!! Amigos, amigos, elegias fúnebres à parte...

Mas quem anteciparia o final chocante que o aguardava? Nem eu, apesar das minhas mãos terem tido a sua inocente participação no assunto.

Chegada à aldeia, terriola perdida no meio das montanhas, e no cumprimento do dever de filha pródiga, tentei dar um toque à minha mãezinha (condição sine qua non para dormir descansada). Não consegui porque não tinha rede (eu disse que era uma terriola perdida...). Resolvi ir até à varanda e nem pendurada lá fui. Regressava furiosa para dentro de casa, consumida pela frustação, enregelada até à medula, quando fiquei presa pelos cabelos nas fitas da porta (tão eficazes com as moscas quanto comigo!). O meu pobre telemóvel benzeu-se e viu chegar o fim dos seus dias num voo a pique monumental...

Quando me aproximei, bastante mais careca, do seu invólucro moribundo ainda estrebuchava através do visor estilhaçado. Mas foi estrebuchar de pouca dura...

Agora aguarda num caixote de reciclagem que o satãmóvel o venha buscar e eu nunca mais ouvirei o despertar estridente....

Há quem possa pensar que foi móvelcídio premeditado...

Aquilo que eu posso dizer é que o Pai Natal estava com enormes dificuldades em arranjar uma prenda para me dar. É verdade ou não que devemos ajudar os velhinhos?????