Bolha

Porque a minha história não podia ficar sem pontuação...

terça-feira, maio 30, 2006

Ultraje!!!!!
A minha reputação e o meu bom nome na lama!!
À custa de duas inomináveis mafarricas e das suas badalhocas insinuações!!!
Sim, srª d. Marta e srª d. Ameixa Maria, cortesias à parte, isto é fundamento para queixa crime por difamação. E difamação cibernética é manifestamente mais grave, já que não posso responder com um belo enxerto de porrada dos antigos.
Eu não sou nem nunca serei uma TRIPEIRA!! Não gosto de tripas, não tenho sotaque e odeio com todo o meu ser o FCP. Onde já se viu uma tripeira que não blasfema?
A minha cara?!? Se as moçoilas nunca jamais viram esta macilenta fronha!!!! Nem para me salvar do despejo haveria de me servir!!! Claro que se à fronha juntarmos um corpo escultural (escultura moderna entenda-se) e "savoir faire" à prova de leitinho simples, nem cama debaixo da ponte arranjava! E nem ao relento sairia palavrão (excepto para invectivar o FCP)!
A profissão há-de proporcionar-nos às duas alguns momentos de confraternização com o farrusco Belzebu, mas suspeito que não serei eu a gozar de favores na fogueira...

(para mais informação: www.atuaamiga.blogs.sapo.pt)

Reversos de medalha chapados à parte, está a chegar o meu aniversário. Projectos? Apanhar cerejas. Não tenho planos, não tenho expectativas. Nunca me pareceu uma data tão insignificante. Vou ter a família toda ao almoço. Vamos degustar um porquinho bébé, vulgo leitão. Se o tempo continuar assim provavelmente acabaremos a tarde na praia fluvial. Um Domingo bem passado, mas um aniversário... a passar de mansinho. O entusiasmo do dia foi-se. Não me estou a lamentar. Mas tenho pena que o dia fique vazio de significado. Vão fazer falta os amigos... mas não me atrevo a fazer convites (por muito que a minha fama de coagir visitas a trabalhos forçados me preceda), pois já tenho compromisso com as cerejas e não vou querer que as ditas cujas acabem promíscuas, nas mãos de uns e outros para acabar sempre no mesmo sítio, o meu estomâgo.
Para quem fez as contas não é difícil perceber que o meu signo é o tal que tem fama de leviano e esquizofrénico, Gémeos. Apesar disso posso garantir que o meu outro eu não é nem nunca foi tripeiro.
Mas ambas as minhas metades são certamente alérgicas à praga de borboletas anafadas que invadiram a urbe. Estou a esvair-me em espirros. Agora, qual é a borboleta que se responsabiliza pelos perdigotos no meu ecrã?

terça-feira, maio 23, 2006

Rais' parta!!!

Arrancar-lhes as asinhas com uma pinça, espetar-lhes pioneses nos olhos, queimar-lhes as patinhas com um isqueiro, afogá-las na sanita... Oh meu Deus tantas alternativas igualmente tentadoras e todas inviáveis! As desgraçadas são furtivas, actuam a coberto da escuridão e não respeitam sequer o pijama! O máximo a que posso aspirar é a esborrachar alguma incauta em acção ou gulosa demais para se aguentar nas asas.

Rais' parta as melgas!
Já nem zumbir zumbem no afã de me sugarem toda!
Estou com as pernas cheias de babas (pela enésima vez este ano) impróprias para uma saia. Dou por mim no meio da rua a fazer trejeitos estranhos, num "coça sem que ninguém se aperceba" que arruina a minha compostura. Aguento herculeamente a vontade desesperada de coçar até ao osso porque dizem que passa mais depressa (e se lhes cuspir, será?).
Não há pomada nem repelente que me livre deste cálice...

Mas o que será que as pestinhas viram em mim? Eu sei que o meu tipo de sangue não nasce por aí nas árvores, mas a minha intrínseca ruindade e o facto de ter a minha apetitosa irmã (um depósito fresco de sangue bem menos corrosivo) na cama ao lado deveria ser suficiente para provocar uma intoxicação alimentar e desencaminhar definitivamente essas pequenas vampiras.
Sou uma espécie de jantar de domingo, um petisco de fim-de-semana (sim, elas são selectivas), uns bifinhos com cogumelos. Já estão imunes ao veneno, meu e do insecticida...

A solução é só uma, dar sangue! Matá-las à fome!!! Fechar a torneira e vê-las mirrar. A minha sádica vingança.
Enquanto isso não sucede espero que perfurem uma artéria e rebentem enfartadas!

segunda-feira, maio 22, 2006

Duas é demais...


Aqui às beiras chegou o Verão. Já não se vê criatura (excepto a própria) sem sandália enfiada no pé.
Chegou o tempo dos gelados e da roupa sugestiva...
Sugestiva, um eufemismo para "deixa pouco à imaginação". Geralmente a imaginação é bem mais generosa que a realidade e muitas almas (sobretudo muitos corpos) sairiam bem melhor paradas de fantasias alheias.
As calças de cintura descaída demoraram algum tempo a seduzir-me, mas acabei por ir na conversa. Fui um retardatária, mas cheguei. E chegando, já tenho legitimidade para tecer algumas criticazinhas pouco construtivas e, sobretudo pouco elogiosas. Oportunas agora que se foi a camisola de lã camufladora.
Nem todas nós (excluo automaticamente os todos, porque esses enveredaram por essa moda mais por falta de rabo que por opção) temos um ventre liso, coisa de tempos pre Mac ou de gajas com sorte a mais, e uma barriguita saliente tem muita sensualidade com a dose de atitude e segurança certas. Só não percebo a necessidade de comprar calças um número abaixo daquele que a saúde e a estética exigem. Estrangulam o baixo ventre e acabam com duas cinturas e uma espécie de pneu de bicicleta entre ambas. Os pneus de bicicleta ficam muito elegantes... nas bicicletas.
Pf, libertem a cintura.

sexta-feira, maio 19, 2006

Fátima - o Regresso

Lamentavelmente não se trata da reposição de programas antigos deste paradigma de Tv de qualidade.
Lamentavelmente trata-se apenas do meu regresso "ao activo". Regresso de autocarro, que a maluqueira tem limites, embora a berma continuasse a exercer uma estranha atracção sobre mim através da janela do expresso abarrotado (limites insondáveis, portanto).

213593 passos, 162 Km depois estou de volta!!
Estou de volta por inteiro, porque a expectativa de deixar alguns kilos de mim mesma pelo caminho gorou-se logo no 1º almoço (feijoada) e levou a estocada final no último (bacalhau com grão). Tudo "regado" com muito pãozinho. O que andava comia, portantos nada feito. Nem sequer enquanto andava esmifrava as calorias, porque a solidariedade para com os peregrinos é tanta que quem nos via passar prontamente nos oferecia qualquer bem consumível...
Gratos por tanta solidariedade picávamos o ponto em todas as capelinhas e rezavamos fervorosamente em todas elas, com tanto fervor que abandonávamos sempre o local a cantar o "Avé". Encontrámos até capelas ambulantes que providenciavam assistência em viagem. Cafés e garrafões na estrada elevam sempre o espírito :)))).
Uma peregrinação pagã, dirão os outros. Nada disso! Paragens necessárias estrategicamente colocadas. Uns precisavam de um copito, outros de um WC, outros apenas de uma sombra.

O nosso grupo tinha 40 pessoas, dos 18 aos 75, e era do mais animado (pudera... tanta reza) e unido possível. Um acampamento em andamento. Não tínhamos muita pressa e preferíamos os atalhos. Isto de andar na estrada desperta o instinto buzinadeiro, sobretudo dos camionistas, e o impacto sonoro era tal que só os rails de protecção nos valiam.
Saíamos sempre às 5 da manhã e para termos direito a almoço tínhamos cerca de oito horas de caminho pela frente.
Pior que o caminho era o calor. O guarda chuva foi bengala e guarda-sol e nem assim se evitaram as alucinações. O alcatrão fumegava...
A caravana passa e os cães ladram. E ladravam ferozmente! O marasmo daqueles caminhos deve ser tanto que se desforram nestes dias.
Cruzámo-nos com muitos outros grupos e o ambiente era extraordinário, como encontrar um cartaz de incentivo enquanto aproveitavamos para trocar analgésicos.
Por volta das 7 horas já estavamos geralmente perto de um chuveiro e os colchões já tinham voado da carrinha de apoio para fora. Claro que entre jantar, besuntar com toda a espécie de pomadas e esperar que as gargalhadas e as flatulências acalmassem, sobravam 4 horas para dormir. Em 4 dias dormi 16horas. Felizmente andar não dá sono, mas as minhas fotos ressentiram-se das minhas olheiras.
Gostava muito de me poder lamentar/ gabar do meu péssimo estado, mas lamento desiludir o meu público. Tive apenas 2amostras de bolhas que desapareceram no dia em que cheguei. A tal velha história do vaso ruim... Sou a vergonha dos peregrinos que sofrem, o que eu merecia era sair do Algarve! Na verdade, o joelho ressentiu-se um bocadinho da pendura - a minha mãe, que já só fazia as descidas de costas.
Já em Fátima o grupo dispersou. Eu e a minha mãe ficámos numa casa de freiras. Pobres irmãs, acho que suspeitaram da peça a que estavam a dar guarida... e enfiaram-me num quarto com Wc privativa para evitar ao máximo o contacto com o resto das almas. Eu, uma cama,um chuveiro e uma sanita só para mim, o paraíso.
Passámos os dias 12 e 13 por lá e não houve cerimónia religiosa que se nos escapasse, não importa em que língua fosse celebrada. Em Fátima... não há mais nada para fazer depois de apetrechadas com todos os terços e imagens necessários paa voltar a ser recebidas em casa.
Rezei e comunguei para largos meses. Havia sempre um sacana de um padre que arranjava maneira de parar à minha frente e eu não tinha como escapar a mais uma hóstia. Hóstia em excesso é pecado concerteza! Aqueles mafarricos condenaram-me à fogueira!! A quem é que eu posso apresentar queixa??? Grogue com tanta hóstia deu-me para cantar ao desvario e, por lapso, até a vaca do gelado do almoço acabou benzida. E deixei de ter a noção que tinha o chapéu na cabeça. Se ouvirem contar que há uma rapariga que come de chapéu nos restaurantes não é mito urbano, sou eu.

Enfim, uma semana depois estava de regresso a casa e enquato esperava pela boleia encontrei 15 cêntimos. Estou definitivamente abençoada.
É tudo. Satisfeitos?
(Eu sei, eu sei, lamentavelmente não fiquei numa valeta qualquer...)

sexta-feira, maio 05, 2006

Fátima

Isto de titular os posts é constrangedor.
O esquecido "querido diário" era bem menos comprometedor.
O incauto que tiver o infortúnio de cair aos trambolhões neste "apanhado de inconveniências" convence-se imediatamente de que resolvi fazer uma homenagem a essa grande comunicadora e seus sagazes assistentes e faz instantaneamente aquilo que, se não fosse o título, só faria depois de ter lido algumas linhas: dá aos atacadores do rato e corre até ao muito prestimoso "retroceder".

Lamento, mas hoje não há homenagem para ninguém.
Apenas uma comunicação: este blog estará fora de serviço na próxima semana... E picos, se Fátima não for generosa comigo.
Segunda feira, às 6:30 da matina ponho-me a penantes a caminho de Fátima. Levo a minha mãe por arrasto. A minha irmã era suposto ir, só que resolveu arranjar uma desculpa esfarrapada (exame de condução), em lugar de confessar que é piegas. A porta do Inferno é a mesma!!!
Espero ter melhor sorte que o gato que se cruzou connosco numa das nossas caminhadas diárias para amaciar o "téne" (a outra tem umas sandálias chiques, eu tenho um téne rosa) e foi abalroado por um paspalhão do volante. Pelo sim, pelo não seria melhor mander benzer o colete reflector.
Quem quiser encomendar terços, faça favor.
Quem quiser partilhar pés inchados disponha.

Não se apoquentem, levo pomada para as bolhas, telemóvel para as emergências (incentivos diários) e muitas barritas energéticas.

Até à minha ansiada (eheheh) volta!

quinta-feira, maio 04, 2006

Cerejas II


Sou tão distraída que me esqueci de falar nas cerejas!!
Pois é, as 1ªs do ano já cá cantam na barriguita!
Pouco doces e pouco gordas... ainda.
Mas o melhor é começar a praticar!

Cerejas

Porque será que a ingenuidade é tão subvalorizada?
Quando é que deixou de ser filha da inocência para se tornar enteada da estupidez?
A ingenuidade é uma questão de sobrevivência. Da sobrevivência dos sorrisos francos, dos olhares directos, do coração aberto.
Render o "acreditar... porque sim" ao "pé atrás" é abdicar da espontaneidade. É ver lá fora o mundo opaco e desconfiar até do que se vê.
Antes uma ingénua decepcionada, que uma ressentida com confirmações.
A decepçao passa, a suspeita contamina...

Não aprendo à 1ª. Neste caso não aprendo, ponto. Tenho sempre uma réstia de ingenuidade para renovar a que se perdeu.
E assim consigo acreditar que o facto de ter arma, armadilha e isco no carro é coincidência. Não é caçador, apanha cogumelos. E não sentir remorsos com o veredicto de absolvição.
Os javalis que me perdoem. A culpa não é minha, é da ingenuidade.

quarta-feira, maio 03, 2006

Carrossél

Era uma vez um cavalo, que vivia no seu lindo carróssel... até ser despejado por uns carrinhos cheios de mau feitio que caíram nas mãos de vândalos frustados que não passaram no exame de código e têm um euro para gastar por minuto de viagem.
Assim nasceram os carrinhos de choque e a paixão por pagar para acabar com a coluna vertebral. Assim enriqueceram os endireitas deste país.
O cavalo sem tecto vendeu a crina para violinos, conheceu a mula da cooperativa, entregou-se ao alcoól e actualmente engrossa as fileiras da guarda montada (que aonde vai faz bosta). Um cavalo caído em desgraça.

Eu passei no exame de código e não me nascem euros nos bolsos, mas a Srª de Mércoles é só uma vez no ano e só temos uma sala de cinema, portanto não podemos ser esquisitos no que toca a entretenimento.
Não foi um espectáculo bonito, lá isso não foi, mas eu e a minha mana abalroámos tudo o que mexia.
Uma terapia de choque para descarregar a raiva pouco contida.
E mais uma vida do pescoço que se foi... Ainda nos enfiámos no "Canguru" na esperança de que o pobre voltasse ao lugar, mas ficámos a chuchar torrão. E não sei se recuperaremos tão cedo a altura, porque fomos muito avaras nas moedinhas que deixámos na capelinha.

Ficou por aqui a minha odisseia nos carrósseis, por ameaça de regurgitação da sardinha do jantar de primo madricas do caraças (no Domingo), por proibição expressa de irmã mais nova porca facista com a mania da precaução (na Segunda) e por alguma vergonha na cara que ainda me resta (nos dois dias). Onde estão os fedelhos embirrentos quando precisamos de uma desculpa para andar nos carrosséis?

(Ps: só dois dias, um deles sem acção, e fiquei com danos permanentes na moleirinha. Esta noite sonhei que era um pássaro e levava uma chumbada na asa. Quando recuperei a forma humana tinha um buraco na mão, entre polegar e indicador, que preenchi com um triângulo de queijo, porque achei que tinha o tom da minha pele... Tenho de deixar de comer filipinos à ceia.)