Bolha

Porque a minha história não podia ficar sem pontuação...

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Há notícias capazes de fazer estremecer os alicerces de uma vida... como descobrir que o nosso pai foi namorado da mãe do nosso respectivo.

Há momentos em que ficamos reféns da situação... como quando temos a infeliz ideia de levar calçadas para o escritório as botas de camurça da irmã e a tarde resolve desfazer-se em chuva.

Há água que não cai do céu... como aquela que jorra dos ares-condicionados e salpica os transeuntes distraídos e nunca se esquece aqui da distraída mor.

Ele há coisas...

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Lugar: sala de estar.
Tempo: seis horas da tarde de 24 de Janeiro de 2007.
Acusada: Avozinha de aspecto inocente.
Vítima: Taralhoca.
Crime: Lesa Majestade (eu!!!)
Relato dos factos:
Nas circunstâncias de tempo e de lugar acima referenciadas a bandida de renome conhecida por "Avozinha", usando um disfarce de velhinha amorosa, dirigiu-se à incauta vítima nos seguintes termos:
"- É melhor ser efectiva no emprego do que assim...", referindo-se à vítima.
A vítima abandonou o local sentindo-se ultrajada.

É caso para dizer: uns morrem, outros ficam assim... profissionais liberais!!

terça-feira, janeiro 23, 2007

Gelha, plica, arrepanho, prega... ruga.
Os românticos com muitos 365 dias às costas podem achar que são apenas memórias à flor da pele.
Eu... prefiro guardar as memórias num diário, em vez de carregar com elas na cara.
Mas quer-me cá parecer que as minhas memórias se amotinaram. Crescem e aparecem. E começam a extravasar para os meus sorrisos. As minhas fotos que o digam.
Chamam-lhes de expressão, mas eu chamo-lhes má impressão.
Quem me manda a mim ser... risonha (alerta de eufemismo!!!!!).

1º o tricot, depois as rugas.
Qual prendada qual carapuça, eu estou é a ficar velha!

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Tricot

Mais um a juntar ao rol dos meus bizarros vícios.
Em quatro horinhas tenho meio cachecol pronto. Sou um verdadeiro talento, apesar de não saber ainda como se começa nem como se acaba a malha. Pormenores...
É o início de um novo e promissor negócio, a Taralhoca Fashion, marca exclusiva... exclusivamente para mim!
1º um cachecol, depois uma camisola, quem sabe um dia roupa interior!! Bem, roupa interior talvez não, porque a lã deve fazer cócegas, mas os horizontes são ilimitados...
Enfim, parece que afinal sou uma menina prendada

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Acabaram-se os posts abstractos.
Acabaram-se as reflexões profundas.
Os meus leitores interpretam-nas sem hesitar como reflexos do que naquele momento se passa na minha vida.
Se porventura tenho o azar de escrever acerca das dificuldades da vida, receberia comentários a tentar demover-me do suicídio... Para preservar a minha mãezinha de umas quantas chamadas de alerta bem intencionadas decidi continuar a escrever apenas barbaridades pouco ou nada inócuas.
Assim, aproveito para dedicar este post ao meu Atlas.
Contra todo o prognóstico, não sou uma freak da geografia, mas o meu atlas é companheiro para todas as ocasiões.
Se estou no sofá o meu atlas está comigo. Sento-me na almofada fofa e sem que me aperceba já saltou para cima das minhas pernas.
Muitas linhas foram escritas sobre ele, quase todos os livros que li estiveram recostados nele, conhece de gingeira o meu tabuleiro da ceia.
O meu atlas é a minha secretária, sempre ali, na pratelaeira ao lado, tão disponível. E não é só da capa que abuso, também para o interior tenho uso: guarda tudo o que são recortes a não perder ou flores a espalmar. Não é pisa papéis, mas torna os pisa papéis supérfulos.
Não me julguem oca por não dar valor ao conteúdo... o meu atlas pode não ser do tempo dos afonsinhos, mas é do tempo da URSS.
Coisa que não descuro é a sua aparência. Tem já várias camadas de fitacola e à medida que se descora vou cobrindo o azul em falta com uma caneta... azul.
O meu atlas é velho, obsoleto e não particularmente bonito. Mas é o meu atlas, um objecto que faz parte da minha rotina desde sempre (mais ou menos desde o tempo da URSS) e tenho por ele um carinho especial. Não consigo partilhar do desapego em relação às coisas que é hoje lugar comum. Mastigar, mastigo, deitar fora... é muito mais complicado.
E fico por aqui porque noto que estou a descambar novamente para a meditação e ainda me perguntam os caríssimos se guardo uma lixeira em casa...

quarta-feira, janeiro 10, 2007


As escolhas não são fáceis, mas geralmente são simples.
O importante é ter escolhas.
E ser feliz com as escolhas que se fizeram.

(a mim nunca me chegou conformar-me)

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Quero agradecer publicamente a todos os meus por tudo aquilo que sou.
Quero agradecer sobretudo agradecer por tudo aquilo que não sou.

Aproveito para esclarecer que todos os defeitos são responsabilidade vossa!!!

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Depressão pós-festa.
O meu diagnóstico de princípio de 2007.
Apresento todos os sintomas: falta de entusiasmo ao acordar, preguiça até à hora de almoço, apatia antes e depois do jantar, um adormecer sem ansiar pelo que o acordar possa trazer...
Traz o quotidiano, um anti-depressivo difícil de engolir... fraco paliativo.
A rotina depois da rambóia...
Não que culpe 2007 por andar cabisbaixa. Essa culpa é repartida entre o cocó de cão abundantemente disseminado pelas ruas albicastrenses (os canitos parece que tb abusaram na passagem de ano) e um final de 2006 apoteótico. Depois do festim, do fogo de artifício, da disco, do karaoke e da boa companhia, é complicado fazer cara linda à monotonia...
2007 é ainda uma página em branco, apenas três linhas rabiscadas melancolicamente.
2007 ainda não conta histórias, ainda é pouco mais que nostalgia.

Nada que novidades frescas e projectos por estrear não curem. Por muito que hoje os dentes se escondam, sei que não corro o risco de descobrir apenas no fim de 2007 que fui feliz um ano inteiro.
Desabituei-me da tristeza. Não tenho feitio nem motivos para isso.
Além disso tenho um horóscopo promissor – o mesmo que diz que, como boa geminiana, sou uma espécie de maria vai com todos (sem ofensa à maria, de cujo livro ando à procura).

2007, “uma vida inteira à qual dar sentido”, nas palavras de uma grande amiga (e um talento nato para a escrita)