Bolha

Porque a minha história não podia ficar sem pontuação...

quarta-feira, outubro 31, 2007


Margens indefinidas.
Desvios não pressentidos.
Fim incógnito.
Avançar só por instinto?

(detesto o nevoeiro)

segunda-feira, outubro 29, 2007

O dinheiro mais bem empregue dos últimos tempos.


terça-feira, outubro 23, 2007

Não tenho pena.
Não tenho nem paciência, nem vontade, nem motivos para ter pena.
Férias no estrangeiro, cabeleireiro todas as semanas, pequeno-almoço fora todos os dias, telemóvel topo de gama, veículo último modelo, roupa de marca.
Ter tudo o que se quer mesmo ou sobretudo quando não se pode.
Viver à grande e à francesa com o que não é nosso e fazer alarde disso. Tem o Tribunal à porta, os homens da cartola à janela?
Temos pena? Não.
Poupem-no.

terça-feira, outubro 16, 2007

Se há coisa que lamento é desiludir os meus espectadores.
Sobretudo espectadores tão assíduos como os daquela oficina, que em silêncio sepulcral e com dedicação devota seguem religiosamente, cada dia, os vários episódios da minha passagem a pé pela rua do dito cujo estaminé.
Lamento desiludir tão assídua audiência, mas não seria uma ratazana a roubar-me o alinho...
Esperavam talvez os prezados assistentes que a heroína da monótona novela “Rua acima, Rua abaixo”, protagonizasse a cena mais dramática do enredo.
Infelizmente... gritinhos e fuga assarapantada ñ houve. Nem sequer esgar de horror.
Não segui o argumento e resolvi improvisar.
Parei e acompanhei com o olhar o anafado roedor de palmo e meio que passava a meio metro de mim até este regressar ao esgoto.
Depois segui um espantado caminho com uma vontade irreprimível de me rir.
Sem respeito pela vassoura que o valoroso auditório empunhava.

Espectadores embora desapontados, estupefactos com certeza.

sexta-feira, outubro 12, 2007

Ontem reencontrei a Rita.
A Rita que conheci no estágio.
A Rita por quem passei na faculdade.

Durante 5 anos fomos estranhas de “bom dia, boa tarde”.
Nos 300 e poucos dias que se seguiram sentámo-nos sempre lado a lado.
Ontem voltei a ver uma amiga.

Fica a pergunta: quantas oportunidades deixamos passar?

quarta-feira, outubro 10, 2007

Não sei se será culpa da bicheza, que anda de calendário trocado.
Não sei se será responsável o termómetro que ainda nos traz os braços de fora.
Não sei se será de recriminar ao homem-aranha a popularidade.

Não sei quem posso acusar, o que sei é que cada vez que saio à rua deixo muito aracnídeo a praguejar...
Sacudir teias de aranha tornou-se parte da minha rotina de andarilha.

terça-feira, outubro 02, 2007

O barulho é ensurdecedor
O meu estômago está mal habituado.
Sempre foi mimado pela gula.
A fome aparece uma vez por outra, mas é raro encontrar nesga por onde se enfiar.
A pancita está quase sempre bem acompanhada. E com a pancita vem um corpinho bem fornido.
Corpinho bem fornido que ontem deu por si escandalizado com a novela imberbe de nome apetitoso que durante duas horas diárias invade o ecrã da TV que tem a desdita de ser largado por um telecomando imprudente na TVI.
Então não é que uma das adolescentes eu-sou-como-toda-a-gente-mas-só-visto-marcas era incitada pelas demais oh-eu-sou-tão-vulgar-e-simples meninas a fazer dieta porque estava gorda?! Uma cachopita com corpo para ser ¾ de mim?
Poupei o meu, como manda Deus, fornido corpinho a tão repugnante cena e levei o meu bandulho a fazer um segundo lanche…
E agora parece-me que vou ter de o ir calar outra vez. Ámen!