A persiana no quarto não me soube esconder dos raios de sol e acordei cedo.
No relógio de fim-de-semana 10 e meia é praticamente madrugada, mas não me levantei contrariada.
A precisar de pente no pelo e água na cara instalei-me no sofá a comer bica enquanto via o meu programa de culto, o “Encantador de Cães”.
O resto da casa foi despertando, empurrada pelos estômagos.
Bifinhos com molho agridoce não têm a minha predilecção, mas marcharam. Morangos com a noz do dia e yogurte natural a fazer as vezes das natas arrepiaram os maxilares, mas seguiram o mesmo caminho.
Depois do almoço seguiu-se a operação “ Sopa de Couve”, que mobilizou toda a troupe, de facas e legumes em punho, a bem do nosso jantar.
Enquanto a sopa fervia os três membros da família que não tinham de picar o ponto regressaram ao cantinho de repouso, vulgo sofá, e dedicaram-se ao “Prison Break”.
O membro sénior optou por olhar para dentro em vez de assistir ao “Cars”, mas regressou a tempo de ver a conclusão do “Ratatouille”.
Como ainda era cedo e o jogo do Sporting interessava pouco, aviámos os “Transformers” antes do jantar.
Comida a sopinha e consultado o rádio para saber das trágicas novas do Benfica, adiámos o regresso ao sofá. Apesar de não termos ovos em casa tínhamos de fazer crepes. É tão certo os Óscares terem passadeira vermelha como eu ter crepes com Nuttela na noite dos Óscares. Preparativos que me levaram o episódio inteirinho do “Conta-me como Foi”.
De volta ao sofá e com a TV no canal Quatro da espanhola, no “Quarto Milénio”, programa de assombrações, jogámos uma suecada sobre as pernas esticadas do membro sénior da família, recém operado ao joelho, que por estes dias quer pouca mexa e ameaça ficar com calos no traseiro de tanto estar sentado.
Entretanto regressou a trabalhadora a casa e chegou a uma da matina.
Fiquei sozinha (os que dormitam não são companhia) com a fraca amostra de vestidos que este ano as vedetas envergaram.
Comi os crepes e desesperei com os comentários dos “cinéfilos” da TVI.
Às 4:48 e já sem posição para estar sentada, deixei finalmente o sofá.
Cama, que se fazia (muito) tarde e não tardaria para que os raios de sol me encontrassem novamente, desta vez ferradinha.
E assim se passou um Domingo sem tirar o pijama.