Bolha

Porque a minha história não podia ficar sem pontuação...

quinta-feira, novembro 27, 2008

Na Rádio Clube de Monsanto, a cada viagem de carro que fazíamos, rezava assim:

"E eu, que sou o Carlitos, que até me deito cedo e até me porto bem...
Aprendo tão bem as lições, adoro o meu pai e ajudo a minha mãe!"

Quem conhecer (e a esta hora está com certeza a cantarolar) a melopeia, sabe o quão injustos podem ser às vezes os progenitores na meninez dos seus rebentos. Sobretudo se os rebentos forem tão prendados quanto eu o fui nos meus tempos de rebentez.

Anos depois quero aqui dizer: Carlitos, amigo, a malta está contigo!

terça-feira, novembro 25, 2008

Um mês e a contar (e nós contamos, não é senhora D. Bailaroska?)
E à medida que conto também me pergunto... o que vou oferecer este ano? O que vou receber este ano? E sobretudo, até quando?
Não sou propriamente uma cachopita. Nem a inconsciência, nem a criancice, nem a pele bem conservada conseguem desmentir o meu B.I.
Pelo que não deixa de ser pertinente perguntar-me: até quando vou continuar a receber prendas?
Quanto a pais e irmãos a questão não se coloca. O que não tem remédio remediado está. É continuar ad infinitum a abrir os cordões à bolsa por esta data.
Aos avozinhos também não adianta esfervilhar. Se não queriam, explicassem aos filhotes os benefícios do controlo de natalidade. Acresce que já não têm de poupar para a reforma.
Agora os tios e os primos?
Há quem diga que devem sacrificar-se até ao casamento. Mas os casamentos, se os houver, são cada vez mais tarde. E depois? É discriminado o sobrinho/primo casado? As prendas de Natal que já não chegarão serão amortização pelos gastos com o casório?
Não é critério que me sirva. Têm de continuar a mimar a parentela e a estimular a economia. Não podem frustar as legítimas expectativas de uns e outros. Se estou mal habituada, não é sobre mim que pesa a criação do hábito.
As tradições devem ser preservadas. Tios devem contribuir para a manutenção da tradição até ao bater das botas. Digo eu... (que gosto de ter a família toda a rasgar papel de embrulho e a deixar o chão forradinho até ao dia seguinte)

E tu?

quarta-feira, novembro 19, 2008

Voltei, voltei, voltei de lá, ainda antes de anteontem estava na azeitona e agora já estou cá!

Voltei de umas férias que foram avaras na hora de pôr ócio na mala.
Voltei com aspereza nas mãos e pérolas como “panta-te quedo” na língua. Creme Gordo Barral é unguento para me tratar dos dois males.
Voltei com a certeza de que se no Natal o meu bacalhau depois de pescado, esquartejado, salgado, demolhado e cozido ainda espernear no prato afogo-o em azeite!

quarta-feira, novembro 05, 2008

As Igrejas não são nossas amigas.
E falando de Igrejas estou a referir-me aos edifícios. Cheios de altares, abóbodas, bancos rijos e correntes de ar. Não sei se a finalidade de tanto desconforto é manter-nos acordados quando a pestana parece não conseguir resistir à monocordia do padre.
Com a monocordia posso eu, não posso é com os pés gelados. Tanto não posso que tenho o corpo a barafustar ruidosamente contra a última eucaristia fazendo da tosse, do pingo e da febre os seus cartazes de protesto.
Hoje não escapo à missa, ainda padecendo dos males que a última visita me deixou. Não tenho conhecimento de que tenham sido instaladas escalfetas, pelo que da tentação já vou expurgada.

Mas para que me queixo eu, se ao Nosso Senhor Jesus Cristo o têm pra lá pendurado, só com um trapito, num altar arejado?