Bolha

Porque a minha história não podia ficar sem pontuação...

sexta-feira, abril 24, 2009

Alguém me alertou para o facto do ovo estar bolorento.
Para que a este blog não falte alimento: torta!
Gosto das da DanCake. Gosto mais ainda das caseirinhas de chocolate.
Já não gosto tanto é quando a torta sou eu.
Sou muito ciosa da minha integridade física e de tanto o apregoarem qualquer dia alguém me fila à traição uma dentada…
Mas antes fosse eu bolo.
Quando me chega aos ouvidos um “és mesmo torta”, sei que não me estão a chamar docinho. Permito-me discordar. Não sou torta, tenho é a mania de divergir com veemência.
Este “torta” não me faz estremecer as migalhas, porque depende do gosto do “comensal”. E para gostos, recheios.
Há um outro torta, que esse sim, por muito torta que seja, nao tenho como negar porque está bem à vista.
Tenho as articulaçoes dos pés tortas, salientes e pouco amigas de sandálias.
A jogar futebol no liceu a bola fez o favor de me entortar o nariz.
Eu própria tive a gentileza de, fazendo uso dos pés chatos que muito brincaram comigo na infancia, entortar de uma só vez queixo e clavícula quando me esparramei nas escadas do prédio.
Nao sei, com tal sina, como escapei das pernas e dos dentes tortos, herança de família.

Enfim, sou torta e torta e de tao torta devo dar indigestao.

segunda-feira, abril 13, 2009


Sou um ovo de chocolate.
Nas formas e no sabor.
A sofreguidão com que forrei as entranhas este fim-de-semana assim o dita.
De chocolate branco, porque a minha melanina gosta quando me chamam floco de neve ou copinho de leite.

Será por isso, por estar a mutar para uma outra espécie, que passei a noite a sonhar que corria o Jumbo à procura de sugos e não os encontrava?

quarta-feira, abril 08, 2009

A Taralhoca esconderia as folhas de vergonha se fosse dicionário.
Entre "matraquear" e "matrás" perdeu os matraquilhos nas entrelinhas.
Ou nunca teve o prazer de os conhecer. A julgar pela gastura das folhas será ancião mais para o pião.
Se o dicionário não fala deles, fala a Taralhoca.
Porquê? Porque foram princípio de digestão do almoço de domingo. Parados, como quem não quer a coisa, à saída do restaurante, mesmo com a barriga cheia apeteciam.
Taralhoca e Taralhoca júnior de um lado, Taralhocos séniores do outro.
Vitória esmagadora da equipa da Taralhoca original, por 8-1, por muito que lhes custasse golear o Benfica.
Mérito dos nossos avançados e demérito dos avançados da equipa contrária. A Taralhoca sénior insistia em querer marcar todos os golos de cabeça. Lascou muito capachinho, mas marcar, marcou pouco.
Para informação do meu dicionário: a Wikipédia acusa um galego de ter sido o maquinador dos matrecos. Não sei se acredite, porque o espanhol é ser muito gabarolas, ufano de ter inventado a esfregona e o chupa-chupa.
Espanhol ou não seria certamente um galego lenhador. Ou agricultor. Ou pescador. E homem. É preciso braço para jogar no meio campo. E eu sei que a Taralhoca não tem o bícep que é exigido para o serviço.
Não tem sequer sorte. Uma vez sujeitou-se a jogar matraquilhos humanos, numa Queima das Fitas bem chovida. Resultado: meias encharcadinhas e uma bola cheia de água e areia no nariz rachado.
A Taralhoca não serve para grande coisa nos matraquilhos, salvo para alarde e pulsos abertos, mas não será por isso que deixará de fazer um pequeno acrescento manual no seu dicionário.

sexta-feira, abril 03, 2009

Se dás os bons dias caem-te os parentes na lama?
Ou perdes casamento, com príncipe incluído?
Ou é asneira e não dei pela nova semântica passar?
Ou perdes fortuna porque foram dados e não pagos?

Pergunto porque a não ser assim, a não ser que os parentes fiquem emporcalhados, o futuro solteiro, a boca conspurcada ou o bolso mais vazio, é apenas falta de educação que não me respondam.