Bolha

Porque a minha história não podia ficar sem pontuação...

quarta-feira, julho 29, 2009

Eu, educadamente: - Olhe, sabe-me dizer onde é a Conservatória?
Velho carunchoso: - É por aquela estrada, caramba!!!!
POIS, E EU SOU ADIVINHA????????
Eu, com voz azeda: - Ollhe muito obrigada pela gentileza!!!!!!!
E o boa tarde ficou para mim!

quarta-feira, julho 22, 2009

Venho por este meio agradecer encarecidamente à Sr.ª D. Eva.
Sr.ª D. Eva muito obrigadinho.
Não sei o que seria de nós se não tivesse aceitado a borla da serpente e jantado a maçã com o senhor com quem vivia amigada.
É que a bendita da maçã, além de ser baixa em calorias, impeliu a Sr.ª D. Eva a ir ver de uns trapitos para se cobrir.
Na altura parece que terá dito "ai Adão, sinto-me tão nua!"
Mas tenho para mim que a Sr.ª D. Eva é como as outras. Chegada uma certa idade chegam celulite, varizes, gordura localizada e flacidezes várias. Tudo ao léu não é bonito.
Sr.ª D. Eva, não importam quais tenham sido as suas razões. Muito agradecida. Eu, a auto-estima e a humanidade em geral.
Não fosse por vocemecê...

(Ainda assim não lhe ficaria mal enviar um chequezito para amortizar as compras de toda uma vida)

quinta-feira, julho 16, 2009

Eu voto Jumbo!!
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Não é uma campanha eleitoral?!?! Não?!?!?!
Tanto encarniçamento, tanto slogan, tanto tempo de antena. Julguei que se tratava de (mais) uma eleição, com boletim de voto, urna e noite eleitoral teletransmitida.
Se fosse animava-me a certeza que no dia seguinte acabava a campanha.
Não o sendo... melhor seria trancar tudo o que é hipermercado na mesma sala e esperar que resolvessem o assunto à porrada, em vez de nos bombardearem com anúncios parolos.
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Não vamos a votos, mas eu votava Jumbo!

segunda-feira, julho 13, 2009

O biquini preparava-se para a estreia anual.
Como havia um ano que não via a luz do sol, fechado no escuro de uma malinha com outros da sua mesma espécie, entrou no Verão 2009 meio a medo, sem saber qual o estrago que 200 e picos dias de muita sombra e bons pratos tinham feito ao corpo que costumava usar.
Assim, resolveu inaugurar a época balnear numa piscina de aldeia, onde as gentes são menos, nenhuma conhecida e mais fáceis de agradar.
No Sábado marcado desembolsou os dois euros de bilhete de entrada e fez-se à relva que do lado de lá o esperava.
Procurou apoio nos chinelos, sempre solidários nestas ocasiões e, enquanto se ia livrando do vestido, fazia figas para que o pesadelo da noite anterior, em que tinha um ataque de ansiedade numa praia à Marés Vivas, se ficasse pelos suores frios e olheiras.
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Diagnóstico: o corpo branquinho, branquinho, encandeia quem passa quando o sol reflecte nele. Visto de frente, sempre que uns óculos de sol o permitam, não faz má figura, mas os perfis são de evitar. Flácido q.b., com a celulite a passar mais ou menos desapercebida.
O corpo não envergonhou, mas o biquini deu por si a sucumbir ao peso dos meses e do cloro quando entrou em contacto com a água...
Aparentemente não será o biquini a reformar o corpo, será o corpo a reformar o biquini.

quarta-feira, julho 08, 2009

Olha a metáfora fresquinha!!


quarta-feira, julho 01, 2009

Se o talento falta, mas a vocação é muita, a quem devemos ouvir?
No meu caso, o árido talento gritou mais alto.
E foi assim que se perdeu uma cantora. Se pimba, se pop-rock, ficou por saber.
Talvez por ser filha de um homem que passa os dias no café, sem que o facto de ser o dono do café lhe sirva de desculpa, assim que comecei a andar comecei a dar espectáculo em lugares em que o convívio se serve regadinho com um tinto.
Ao lado da casa da minha ama ficava um taberna.
Uma taberna à séria, com pipos de vinho por mobília, abóboras gigantes por bibelôs e chouriça assada por ementa.
Taberna de uns parentes afastados em que toda a clientela era conhecida.
Pois era nessa taberna, onde era raro o dia em que não parasse, ou porque ia até lá com os meus pais, ou porque passava à porta, ou porque dava uma corrida até lá para ir brincar com o filho da taberneira, que tinham lugar as minhas performances.
Fazia de uma das garrafinhas em miniatura que estavam em cima das mesas com os palitos o meu microfone e começava a cantar, correndo todo o meu repertório de música popular, Marco Paulo e desenhos animados (ainda que o meu francês fosse muito enrolado). Quando terminava e sob o aplauso entusiasta dos muitos mecânicos e reformados, que já conheciam o meu alinhamento de gingeira, agradecia com grandes vénias e, de quando em vez, recebia até uns rebuçados, que guardava para o Domingo, único dia da semana em que estava autorizada a comer doces.
Quando tinha cinco anos a taberna mudou de donos e, pouco tempo depois, fechava portas.
A taberna desapareceu e a vocação, acicatada pelo penoso talento incapaz de arranjar outra freguesia, fez as malas e mudou-se.