Não se volta a casa sem nada nas mãos.
É o primeiro mandamento da minha avó.
Fazer o caminho e chegar de mãos vazias é um desperdício de energias assim a modos que a atirar para o pecado.
As mãozinhas são uns lindos apêndices, mas Deus nosso senhor não no-las deu só para brincar com o telecomando e coçar o nariz. Se Deus nosso senhor as pôs na ponta dos bracinhos terá sido com certeza para trabalhar, que Deus nosso senhor não criou preguiçosos (isso foi exclusivamente mérito nosso)
É um mandamento complicado de aplicar na cidade, onde soa a incitamento ao gamanço. Mas na aldeia, sempre que não envolva galinhas do vizinho, dá-se conta do recado. Pelo menos uma pinha na mão a minha avó traz sempre.
O passado fim-de-semana foi de vindima.
Digamos que se vai beber pouco vinho este ano.
Não regressávamos a casa de mão a abanar, mas sendo a colheita tão fraca amostra e a vontade de sermos devolvidos pela avó à procedência tão pouca, fomos apanhando aqui e ali o que estava mais… maduro.
Chegámos a casa com uvas… diospiros, maçãs, marmelos e romãs.
Não se volta a casa sem nada nas mãos.
Os mandamentos da avó dão boa salada de fruta…
3 Comments:
Para mim pode ser uma romã!!! Obrigada!!!!
As minhas mãozinhas são para trabalhar, se houver alguma oferta de emprego à minha espera!!!
Mas a lição foi bem aprendida, mãos vaziaz nunca... nem que seja uma pedra do rio!
E os teus posts dão uma bela leitura.
Gosto desse mandamento. Hei-de me lambrar dele (pelo menos quando estiver na aldeia da minha avó)
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