Quem me conhece sabe que sou desastrada. Mas não sou uma desastrada dessas que se encontram por aí aos pontapés, que bem espremidas só dão desastres domésticos e pouco mais. Sou uma desastrada diferente. Com muito mais pontaria e espalhafato. E muito maior reincidência.
Os meus dedos, concretamente o "pai de todos" da mão direita, habituou-se desde há muito a trazer um anel à pendura. O inverno, porém, leva os benditos anéis a procurar outras boleias. Ficam-me nas luvas, rebolam-me para o teclado, escorregam-me para o chão...
Isto azelhice não é, é hábito e mãos geladas. Azelhice é deixar cair o cachucho no meio de uma passadeira (sim, eu tenho episódios recorrentes em passadeiras).
Felizmente ao menino, ao borracho e aos cachuchos põe Deus a mão por baixo. A mão ou outra coisa que esteja à mão da mão.
Neste caso o meu bem haja aos dias de chuva. Porque se não fossem eles em vez de ir buscar o anel ao fundo do guarda-chuva, fechado durante uma aberta, ainda andava a esta hora a correr atrás dele rua abaixo vaiada por buzinadelas.
Sou desastrada, mas podia ser pior. Podia ter azar.