As sextas-feiras podem não influenciar as marés, mas escolhem os humores. Não há como ir a um qualquer serviço público no expirar da semana para assistir na plateia aos sorrisos largos que se abrem e ao solícitos que os sorridentes funcionários podem ser.
Foi “institucionalmente” apaparicada que tomei a decisão de passar o meu Domingo a fazer pelos glúteos, para mal dos meus “ténes” rosa.
A peregrinação a Fátima do último ano pode não me ter salvo a alma pecadora, pode não me ter enchido os pés de bolhas, mas infectou-me com o bicho das caminhadas.
Esta era tão só de 15kms e aqui por estas bandas, o suficiente para sossegar a comichão que dá a bicheza da andadura. Prurido assanhado este, que me obrigou a abdicar de uma manhã na cama a favor de um despertar às 6:45 da madrugada na madrugada em que a hora tinha adiantado.
Quatro olhos papudos, os meus e os da irmã mais nova (a que se apiedou dos glúteos...), viram passar os quilómetros, através dos vidros da janela de um automóvel também ensonado, até Salvaterra do Extremo, o ponto de partida. Apesar da ora narradora, e na ocasião pendura, e de mais duas “caminhistas” recolhidas pelo caminho acicatarmos despudoradamente a Taralhoca júnior a demonstrar de forma mais assertiva a sua devoção pelo acelerador, chegámos todas atrasadas, a Taralhoca júnior com os calores, algumas cheias de pressa para encontrar um WC.
Por volta das 9 e picos, e depois de uma visita à Igreja ali do largo para passar o tempo, começámos finalmente o nosso périplo pelos montes da raia.
Todo o percurso foi feito nas margens do rio Herges, a 1ª parte na margem portuguesa, a 2ª parte na margem espanhola, sempre pelos campos, não encontrado vivalma que não mémés de toda a raça e a Guardia Civil espanhola.
Ouvimos histórias das guerras e do contrabando entre o lado de cá e o lado de lá, tendo por testemunhas as casas portuguesas construídas com a muralha obsoleta e os restos mortais do Castillo de Peñafiel, mesmo em frente, do qual não nos pudemos aproximar por estarmos no período de nidificação dos abutres e grifos que nos sobrevoavam.
Cerca de 50 pessoas seguiam em fila indiana por íngremes caminhos de pedra, veredas e escarpas, sendo acompanhados pelo coaxar dos sapos, o rumorejar da água e um sol radioso. Tão radioso que os abutres já estariam a antecipar um manjar de carne desidratada. Tiveram de fazer cruzes no bico porque de vez em quando encontrávamos a carrinha de apoio cheia de garrafas de água e borrachões.
Decorrido 1/3 do percurso, atravessámos uma ponte e “zás!”, estávamos na Espanha. Não fiquei com sotaque, mas já trazia do lado português um “amiguete”. Meteu conversa comigo ainda os pés não tinham aquecido, e quando chegámos à meta o resto dos caminhantes estavam convencidos que tinha vindo comigo. Parece-me que exerço um certo fascínio sobre criancinhas e não é de agora… Esta tinha nove anos, era muito engraçada e desviava-nos os ramos espinhentos.
Tenho a dizer-vos, caros compatriotas, que a Espanha é um país de bosta, num sentido muito mais literal daquele que eu pudera conceber. Está pejada de poias de vaca de proporções catastróficas por tudo o que é chão e tivemos de ter cuidado extremo para não conspurcar os nossos lusitanos pezinhos. O cheiro… não dizem que o homem se habitua a tudo? A mulher tb... Enfim, dou a mão à palmatória no que toca à paisagem, embora tivesse estranhado a ausência das vacas de intestino solto…
Por volta das duas horas avistámos a ponte, passagem de regresso a Portugal. Antes porém um desvio estratégico, para uma mijinha. Como pessoa consciente que sou não iria urinar em solo português, além do que, no meio de tanta caca, ninguém daria por uma pocinha de chichi.
Em Portugal tivemos direito a porco no espeto, degustado ao sol com arroz e feijão, batatas fritas e muita salada.
Depois do porco o regresso a casa, de novo sobre quatro rodas e com um escaldão na testa. Juro que na próxima caminhada não levo lencinho!
Foi “institucionalmente” apaparicada que tomei a decisão de passar o meu Domingo a fazer pelos glúteos, para mal dos meus “ténes” rosa.
A peregrinação a Fátima do último ano pode não me ter salvo a alma pecadora, pode não me ter enchido os pés de bolhas, mas infectou-me com o bicho das caminhadas.
Esta era tão só de 15kms e aqui por estas bandas, o suficiente para sossegar a comichão que dá a bicheza da andadura. Prurido assanhado este, que me obrigou a abdicar de uma manhã na cama a favor de um despertar às 6:45 da madrugada na madrugada em que a hora tinha adiantado.
Quatro olhos papudos, os meus e os da irmã mais nova (a que se apiedou dos glúteos...), viram passar os quilómetros, através dos vidros da janela de um automóvel também ensonado, até Salvaterra do Extremo, o ponto de partida. Apesar da ora narradora, e na ocasião pendura, e de mais duas “caminhistas” recolhidas pelo caminho acicatarmos despudoradamente a Taralhoca júnior a demonstrar de forma mais assertiva a sua devoção pelo acelerador, chegámos todas atrasadas, a Taralhoca júnior com os calores, algumas cheias de pressa para encontrar um WC.
Por volta das 9 e picos, e depois de uma visita à Igreja ali do largo para passar o tempo, começámos finalmente o nosso périplo pelos montes da raia.
Todo o percurso foi feito nas margens do rio Herges, a 1ª parte na margem portuguesa, a 2ª parte na margem espanhola, sempre pelos campos, não encontrado vivalma que não mémés de toda a raça e a Guardia Civil espanhola.
Ouvimos histórias das guerras e do contrabando entre o lado de cá e o lado de lá, tendo por testemunhas as casas portuguesas construídas com a muralha obsoleta e os restos mortais do Castillo de Peñafiel, mesmo em frente, do qual não nos pudemos aproximar por estarmos no período de nidificação dos abutres e grifos que nos sobrevoavam.
Cerca de 50 pessoas seguiam em fila indiana por íngremes caminhos de pedra, veredas e escarpas, sendo acompanhados pelo coaxar dos sapos, o rumorejar da água e um sol radioso. Tão radioso que os abutres já estariam a antecipar um manjar de carne desidratada. Tiveram de fazer cruzes no bico porque de vez em quando encontrávamos a carrinha de apoio cheia de garrafas de água e borrachões.
Decorrido 1/3 do percurso, atravessámos uma ponte e “zás!”, estávamos na Espanha. Não fiquei com sotaque, mas já trazia do lado português um “amiguete”. Meteu conversa comigo ainda os pés não tinham aquecido, e quando chegámos à meta o resto dos caminhantes estavam convencidos que tinha vindo comigo. Parece-me que exerço um certo fascínio sobre criancinhas e não é de agora… Esta tinha nove anos, era muito engraçada e desviava-nos os ramos espinhentos.
Tenho a dizer-vos, caros compatriotas, que a Espanha é um país de bosta, num sentido muito mais literal daquele que eu pudera conceber. Está pejada de poias de vaca de proporções catastróficas por tudo o que é chão e tivemos de ter cuidado extremo para não conspurcar os nossos lusitanos pezinhos. O cheiro… não dizem que o homem se habitua a tudo? A mulher tb... Enfim, dou a mão à palmatória no que toca à paisagem, embora tivesse estranhado a ausência das vacas de intestino solto…
Por volta das duas horas avistámos a ponte, passagem de regresso a Portugal. Antes porém um desvio estratégico, para uma mijinha. Como pessoa consciente que sou não iria urinar em solo português, além do que, no meio de tanta caca, ninguém daria por uma pocinha de chichi.
Em Portugal tivemos direito a porco no espeto, degustado ao sol com arroz e feijão, batatas fritas e muita salada.
Depois do porco o regresso a casa, de novo sobre quatro rodas e com um escaldão na testa. Juro que na próxima caminhada não levo lencinho!
3 Comments:
Obrigada por partilhares esses momentos mal-cheirosos connosco. Como se não chegasse a bosta, ainda vens falar do xixi e pior, imaginar essa t-shirt ensopada de um líquido emanado do teu corpo....iaaaccccc
Belos glúteos!!
Para a próxima, convida a je!
Beijos e bom descanso
bolas, bolas, fico cansada só de imaginar... tenho perna a mais para isso, canso me muito, eheh
acho que é da velhice ;)
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