Crónica do Expresso II
Arisca como sou ao bendito Expresso está visto que não servia para motorista.
Sobretudo depois de conviver longos quilómetros com aquelas almas.
Se eu traumatizada sou os infelizes carregam com o trauma e o stress pós-traumático.
E depois nota-se...
Uma bela noite de Domingo eu, a minha irmã e mais uma meia dúzia de universitários acenávamos às boleias e arrancávamos para mais uma semana de aulas.
A viagem às 9 e picos era a melhorzinha do “menu”. Directa, sem paragens nas terriolas que nos saltavam ao caminho, e discreta, sem a enchente de velhotes catarrudos a caminho da consulta, típica das manhãs.
O caminho ia-se fazendo sem novidade até que, sem motivo aparente, o motorista pára no meio de nenhures. Ou antes, no meio de uma estrada nacional.
Carros zero. Iluminação pública nem vê-la. Rede de telemóvel, tá quieto.
Sem ai nem ui o motorista abre a porta, salta lá para fora e bota-se a correr que nem um desalmado por um caminho de terra batida adiante, na direcção de umas luzes que se viam lá ao longe.
Dentro do Expresso ninguém reagiu. Esperámos dois minutos em silêncio até que um “mas que raio!” o quebrou e os passageiros se começaram a rir.
Passada meia hora sem que o homem regressasse ou vivalma passasse por nós a vontade de rir já era pouca. Sobretudo porque ninguém sabia fechar a porta do autocarro.
Finalmente, passada quase uma hora, o motorista regressou. Com um bidom de gasóleo na mão.
O mal do nosso Expresso era barriga vazia.
Sem água vai, nem água vem, entrou, fechou a porta e arrancou.
Passada uma horita estávamos em Coimbra. Depois de termos passado por cima de tudo o que era rotunda e cortado a eitinho toda a curva do caminho para cumprir horário.
3 Comments:
Pensei que tinha ida dar uma mijinha...mas 1h???!!!! Já era demais...;)
pois, a ser necessidade fisiológica, teria de ser uma bela diarreia :P
Ele ia era vender os vossos rins todos.. mas não lhe agradou o preço que lhe quiseram fazer para vossa grande sorte... mesmo assim ainda regateou durante quase uma hora, mas os compradores argumentaram sempre que os chineses faziam mais barato...
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