Bolha

Porque a minha história não podia ficar sem pontuação...

segunda-feira, março 13, 2006

Lá diz a minha avozinha

Casa varrida não adianta vida, casa por varrer há sempre o que fazer.

A mesma máxima de sabedoria popular se aplica aos blogs.
Cada palavra digitada não me traz dinheiro, felicidade ou sequer resmas de comentários.
Mas cada palavra por digitar deixa um remorso recriminatório que me faz ficar acordada cerca de 5 minutos antes de adormecer... Felizmente há o velhinho diário de papel para aliviar a consciência!

Ora, como hoje não estou com vontade nenhuma de ouvir os protestos do meu calo, resolvi "varrer a casa". Tanto quanto o meu combalido estado de saúde pode permitir. Porque até estar sentada dói...
Há um dia no ano em que tenho um vislumbre do que seriam uns glúteos e umas pernas firmes (os meus). Um vislumbre agradável e extremamente doloroso. A reconvalescença deixa apenas memória e saudade do agradável.
Esse dia é aquele que se segue à sementeira des batatas. Um dia de dúvidas existenciais. Nas palavras da minha irmã:
"Há batatas novas (compradas) e batatas velhas (que se guardam do ano anterior)... as novas têm de ser cuidadosamente esfaqueadas em mil pedaços, existindo sempre a dúvida se aquele buraquito é ou não um grelo... grossas, finas, com muito os poucos grelos, espera-se que tudo brote da terra...claro que existe ainda aquela complicada questão do "estás a semear muito bastas" ou "estás a semear muito ralas" ou ainda "põe mais no cimo do rego" ou "põe no fundo do rego" ou "sai da minha zona do rego" ou "vai mais para baixo" (atenção não começem a pensar coisas, estou a falar de batatas e de regos feitos com o tractor)... questões muito dificeis de resolver e que conduzem sempre a conversas interessantes.... então quando a minha avó chega ao campo de batalha é que está tudo perdido "venham fazer mais uma vala aqui em cima" "não me pisem os espinafres" "ó vó deixe de ajeitar as batatas que nós já pusemos"... um perfeito circo..."

Um circo muito peculiar o nosso, de grelos, regos e divergências insanáveis quanto à posição da batata... e que exige muito do corpo. Sobretudo quando na ressaca do circo somos arrancadas de uma saudável e macabra sessão de fotos com um tentilhão morto e em vias de se tornar espantalho para perseguir um tractor possuído pelo demo (com a cara do meu pai) e espalhar adubo no seu lastre... Não há merenda que nos valha!

Dias de sol e de suor, em que se reforçam os laços, se afina o físico e se arranja desculpa para confraternizar com todos os animais das redondezas, vivos (o tico, demo2) ou mortos (o tentilhão), velhos (o simão parece, depois de noites atrás das gatas) ou acabados de nascer (os cachorros da vizinha). Em que se tem tempo para tirar mais uma foto no meio dos pampilhos...

3 Comments:

At 14 março, 2006 12:09, Blogger sun said...

Agora deixaste-me saudades do tempo em que também eu semeava batatas.

 
At 15 março, 2006 08:13, Blogger Angelica said...

lá diz a tua avozinha que é também a minha... já fiz o convite no meu blog, mas agora faço tb no teu: aceitam-se voluntários para ficar com os musculos doridos, quer seja para arrancar as batatas quer seja daqui a um ano para repetir esta tarefa tão divertida... ficamos à espera...

realmente esta gente parece que abandonou a net... que se passa? esses dedos andam doridos que não podem teclar!!!

mas aqui estou eu fiel e coagida "ainda não foste ver o meu blog?!"

 
At 21 março, 2006 20:50, Blogger teste said...

ai, eu ando derreada de estar 8 horas em pé, ainda que sem fazer praticamente nada (fisicamente) e chego aqui e recebo um convite para agricultar??? declino gentilmente!!

 

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