Bolha

Porque a minha história não podia ficar sem pontuação...

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Simão



Tardes de saldos em dias de reflexão pré-eleitoral e final de mês, encontros imediatos de 4º grau (pelo menos) com uma foto da minha irmã em poses pouco ortodoxas numa página (pouco)escondida do Público, um Arguido que ladra a meio de uma audiência... tudo notícias dignas de páginas e páginas para reciclar (diário electrónico nunca foi, ao contrário do velho jornal, grande coisa como substituto do papel higiénico).
Mas a notícia/homenagem de hoje é a encarnação da persistência "como quem não quer a coisa".
É gordo e peludo, mas não é o Tony Ramos.
É louro e tem o rabo grande, mas não é o Herman José.
É exibicionista e gosta de festas, mas não é um striper.
Tem bigodes e mia... mt audivelmente!

Chama-se Simão e é o gato da minha avó.
Um tapete amarelo cheio de mimo. O que não seria de estranhar se fosse um gato doméstico. Só que não é. A minha avó é apologista do apartheid entre pessoas e animais. Portanto as galinhas, os coelhos, as cabras e os gatos não frequentam a casa. São apenas vizinhos. Os gatos são verdadeiros ocupas. Invadiram um palheiro velho, leram a bíblia e seguiram à risca o "crescei e multiplicai-vos".Andam há gerações a tentar ganhar o céu cumprindo escrupulosamente este mandamento de Deus.
O Simão é tataraneto da depravada original. E, tal como D. Sebastião, é uma compilação dos defeitos, manias e paranóias das gerações anteriores, sem a tradicional atenuante de "záscatrapás-era uma vez um rato". Tenta compensar com mimo - ronrona aqui, roça-se ali e vai receber-nos sempre que chegamos à aldeia. Talvez porque trazemos sempre à boleia um balde de restos.
Mas mesmo quando os restos já eram gosta de atestar a sua eterna fidelidade e "deixa-se estar". Um pendura à moda antiga, que ocasionalmente se transfigura em vela assumida e que não deixa créditos por mãos alheias. Quem não aparece desaparece, portanto o melhor é abrir caminho por entre os pés e rebolar que nem um carente de exorcismo enquanto se afiam as unhas nas nossas calças de ganga ou roçar-se até caírem as pulgas por força da erosão. O que é um beijo quando se pode ter tal demonstração de carinho que nem à força de um "vai-te embora" esmorece? É um inoportuno compulsivo que tem sempre um plano B para captar a atenção: miar que nem um desvairado! Um garante da moral e dos bons costumes, que ocasionalmente sobe a uma árvore à procura de uma coruja distraída (todo a melga tem direito aos seus momentos de loucura).
Se eventualmente já não há parzinho para atazanar acabará sempre por descobrir a adega onde se enfiou o meu pai para informar que a hora do vitinho dos alcoolicamente alegres já passou...

7 Comments:

At 27 janeiro, 2006 22:15, Blogger teste said...

quando li simão pnsei que era um post dirigido a outra criatura, EHEHEH!!! mas tb admiro o belo do gato, sim senhora!! (ou eu não fosse quem sou...)

só acho mal isso de os bichos não irem para dentro de casa, mas eu vivo num zoológico ;)

 
At 27 janeiro, 2006 22:42, Anonymous Anónimo said...

Até de um gato fazes história! És maravilhosa Susanita! Beijinhos

 
At 28 janeiro, 2006 21:55, Blogger Ameixinha Verde said...

Tu desculpa.. isso não é o simão.. é o meu Joca sem tirar nem pôr!!!! Igual em cor, tamanho e feitio!

 
At 31 janeiro, 2006 20:43, Blogger Synne Soprana said...

Gosto de imaginar o que escreves pq acabo sempre a rir... ;)

Mto bem escrito, como já nos habituast....

Bjs

 
At 01 fevereiro, 2006 08:09, Blogger Angelica said...

é verdade, a minha pose no jornal não é das melhores!!!
mas o simão é mm o gato mas ronha que eu conheco, e o mais inteligente também... pois ele é que leva a melhor, pouco espertos são os outros que fogem!!!
Este sim tem cerebro e sabe usar-nos quando quer mimo ou uma comidita melhor... ainda dizem que os animais não pensam, mas têm cá um raciocinio!!!

 
At 02 fevereiro, 2006 10:28, Anonymous Anónimo said...

Sim, é verdade: o simão é um gato lindo, destronado talvez pelo pipoca mas mesmo assim n sei: o pipoca gosta de morder os trauseuntes o o simão prefere morder apenas a comida. Gostei imenso do discurso dirigido ao simão, tirando akela parte do tapete de peles (ke falta de chá). Realmente, a avó é a favor da divisão das espécies, uma nova Lineu, a colocar as diversas espécies vizinhas no seu lugar, ou seja, no terreno vizinho (no caso dos gatos). Ainda na 3a feira eram apenas sete à porta: o simão, o metralha, o floco, o susto, a farrusca + outros 2 gatos grandes, um cinzento e um amarelo, ke axo ke n tem nome. o meu mano é ke se andou a divertir a dar-lhes comida e a minha cunhada delirou conpletamente com o floco, o lindo gato branco de olhos azuis. Eu estive num canto mais recatado a dar comida ao metralha, ke se tinha isolado dos outros, e dar festas ao somão ke passava por mim de vez em kuando.
Beijocas da primita

 
At 02 março, 2007 20:56, Anonymous Anónimo said...

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