Bolha

Porque a minha história não podia ficar sem pontuação...

quinta-feira, março 23, 2006

Regresso

Apesar do título não desistam de ler este post.
Garanto que abandonei a filosofia barata.
Todavia, precaução e água benta nunca prejudicaram ninguém. Eventualmente a 2ª pode deixar manchas no ecrã do computador, mas nada que um limpa vidros não resolva.
Talvez o ideal seja benzerem-se e terem fé que o exorcismo praticado pela falta de comentários livrou esta bloguista de revelações descabidas.
Eu supunha que andava inspirada, mas afinal inspirei demais e a hiper-oxigenação do teco deu nisto, reflexões mirabolantes dignas de um pseudo génio incompreendido sob a influência de substâncias psicotrópicas. No meu caso, nem génio, nem substâncias, só oxigénio a mais.

Estou de volta às minhas pequenas futilidades, ao meu corriqueiro "chiça panico" e espero sinceramente ser readmitida no círculo dos "comentáveis".

Fui à minha 1ª entrevista de emprego. Na verdade entrevista para estágio profissional. Porque não estando eu desempregada, a verdade é que não tenho emprego (ou seja, não tenho guito ao fim do mês). Faço parte da minoria marginalizada dos profissionais liberais sem carteira de clientes. Na tentativa de ser aceite pelo mundo em geral resolvi sacudir o meu prezado sedentarismo e fazer pela vida.
E assim, de um dia para o outro, chegou uma telefonema a informar-me que no dia seguinte tinha uma entrevista para o gabinete jurídico do hospital cá da terrinha.
Saquei do rímel (mesmo semi seco a minha única mais-valia sobre a concorrência), esforcei-me por domar o cabelo e fiz-me à estrada. Cheguei 15 minutos mais cedo (coisa impensável) e fui acomodada num cadeirão fofo que por pouco não me engoliu.
Foi ali, afundada nos meus pensamentos e no cadeirão, que dei por mim de olhos postos nas botas que trazia calçadas. Botas de matar as baratas nos cantos. Botas tão comuns que as baratas dos cantos estarão certamente à beira da extinção. Mas o que importa meia dúzia de baratas quando é a nossa auto-estima que está em causa? Não há como um salto alto para renovar a confiança na aparência. Instantaneamente sinto-me mais elegante, mais afirmativa, mais segura. Por causa de uns saltos altos esfacelados de tanto andar - tenho os saltos, mas não tenho o estilo de vida a condizer. Passo a olhar o mundo de cima para baixo do meu metro e setenta e quatro mais salto, excepto quando tropeço porque o dito cujo ficou preso algures(confiança para o galheiro).
Andei perdida nesta profunda divagação os dois minutos que tardaram a desenterrar-me do cadeirão.
São muito bonitos os saltos, mas treze minutos depois (o tamanho exacto da minha cunha) só queria as minhas sapatilhas para poder voltar para casa.

4 Comments:

At 24 março, 2006 18:50, Blogger Natty said...

brigado pelas visitas!!! PARABENS foste a primeira a deixar posts.

agora e so arranjar maneira de por os links para os blogs ali ao lado.... aidna n tive tempo :)
beijinhos

 
At 26 março, 2006 18:27, Blogger Acmea said...

Ai,ai... Como compreendo essa parte dos saltos altos... Nós até tentamos para parecer-mos ainda mais bonitas mas eles teimam sempre em deixar-nos com imensas dores nas pernas...Mas nós não desistimos, pois não?

 
At 26 março, 2006 22:02, Blogger teste said...

eu desisiti dos saltos há muito tempo - exactamente quando as dores na coluna me mostraram que não há nada como as belas das sapatilhas (e que cionf9ortaveis são as minhas novas pretinhas!!)

e se não ficaste com o estagio, é porque não era bom para ti. gosto de acreditar nestas coisas...

 
At 26 março, 2006 22:24, Blogger bailaroska said...

Amore, e pq n fui informada dessa tua entrevista antes??!!
Loucos s todos aqueles que n ficarem contigo! Um talento, uma competência e uma honestidade destas n se arranjam em qualquer canto (com baratas ou não!)

Beijo grande

 

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