Bolha

Porque a minha história não podia ficar sem pontuação...

sexta-feira, junho 16, 2006

Tralhas e velharias...

Eu acho que no fundo escolhi a profissão errada.
Devia ter seguido a minha verdadeira vocação. Apesar das críticas, apesar de não ter futuro, apesar de ser assaz badalhoca.
Não o fiz, mas continuava tão presa à vocação esquecida na prateleira das opções de vida que a transformei em... passatempo.
Agora não me limito a ter uma profissão esgotante, tenho um entretém que me consome.
Ser consumida por tralhas e velharias não é nada saudável e geralmente conduz à vagabundagem. Só que eu sempre sonhei ter o meu próprio carrinho de compras e um rafeiro sarnento. Tralhas e velharias com acessórios... ai, ai.
Como tenho profissão tenho se deixar a vagabundagem para outra vida (não me parece que nesta os criminosos venham a escassear), o que não implica que não possa ir entretanto recolhendo...

Não falo sequer na dependência das pequenas coisas, de um pedaço de lenço ranhoso, de um bilhete de autocarro usado, de um autocolante de bolycao, que tiveram o azar de se cruzar com um momento da minha vida digno de menção, condenados a ser fitacolados no meu diário, que partilha das minhas manias sem que lhe seja pedida licença.

Falo de "caça grossa". Falo de coisas que deixaram passar a oportunidade de ir parar ao lixo e acabaram por vir parar às minhas mãos. Coisas que me obrigam a vasculhar palheiros velhos e a snifar muita ferrugem. Ferramentas, vasilhas, arados, máquinas de costura, camas, chaves, baldes, serrotes, pratos, talheres, malgas de resina... nada escapa à minha lixa e/ou ao meu pincel.

Este feriado... uma feira de coleccionismo, uma loja de doces... venha o diabo e escolha. Como a feira é só uma vez no ano, foi a feira o que eu escolhi. Um passeio familiar que viu pai e mãe debandarem com receio de verem as carteiras esfoladas. A mana, essa, um dia destes arranja um carrinho de compras e um rafeiro para ela...
Um chocalho e uma maçaneta, as novas aquisições. A minha lixa até vibra de ansiedade.

8 Comments:

At 16 junho, 2006 16:29, Blogger teste said...

pois é, tu devias era ter uma oficina de antiguidades!!! =)

 
At 16 junho, 2006 18:06, Blogger Ameixinha Verde said...

E as coisas depois de passarem na lixa ficam giras?
Tipo... hum... dão para vender?

 
At 16 junho, 2006 21:37, Blogger bailaroska said...

Capitaliiiiiista!!!
(Comentário dirigido à Rita, obviamente)

 
At 17 junho, 2006 08:45, Blogger Angelica said...

Eu comprovo que é tudo verdade... inclusive o abandono paternal!
nada resiste à lixa da mana... e coisas bem giras temos nós arrecadadas, e outras que supostamente já são antiguidades na feira na minha casa ou na da minha avó ainda estão em uso (relógio, pratos, malgas,...)
O que é velho, novo, usavel ou antiguidade???? tudo é relativo!

 
At 20 junho, 2006 12:19, Blogger someone said...

é definitivo: vir ao teu blog é sempre uma sicessão incontrolável de gargalhadas.

quanto à actividade, acho muito motivante (eu tb gosto de por as minhas maos na massa, ou na lixa;)

agora, a forma como expoes as coisas, sem duvida, faz-me rir à porco. sim, é uma caracteristica minha. alem do meu carro de supermercado e do meu cao sarnento:p

 
At 20 junho, 2006 13:46, Blogger teste said...

ó taralhoca, olha que é uma grande honra porque nem tudo consegue fazer a borbolletta rir à porco!

 
At 20 junho, 2006 22:42, Blogger Ameixinha Verde said...

E umas fotos do antes e do depois.. ao estilo mi casa, su casa?

 
At 21 junho, 2006 11:21, Blogger Cisne branco said...

Ai Jesus, este blog cheira a mofo!!! E ainda fala do meu alho porro!!! Que lata!!! ;)

 

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