“Sim... Sr.ª D. Taralhoca é nosso prazer informá-la de que ganhou um viagem. Só terá de vir ao hotel XPTO levantar o seu prémio.”
Finalmente puseram fim à discriminação. Seria provavelmente das poucas vivalmas da nádega de Judas a nunca ter sido premiada com uma daquelas fantásticas ofertas sem porquê nem contrapartida.
Obviamente não iria perder a oportunidade de me poder gabar de já ter sido contemplada. Evidentemente não iria comprar nenhum dos produtos que, a pretexto da entrega do prémio, me tentariam impingir.
Foi com este espírito que me desloquei ao tal hotel e foi com o mesmo espírito que me sentei na cadeirinha frente ao vendedor trintão encarregue de me demover...
Decorrida mais de uma hora e esgotada a minha paciência, mas não a minha resistência pus termo à conversa com um desesperado “Chame-me casmurra!”
Não chamou. Perguntou-me:
“Você não vai fazer negócio comigo pois não?” – Não.
“Você vai-se levantar assim que eu acabar de falar?” – Vou.
“Eu não a vou chamar casmurra, mas não se vai ofender com o que eu lhe vou dizer...”
(Mau, mau, mau, mau, mau!! Anda, injuria-me que levas com um processo crime na tromba!!!)
“Você é das mulheres mais bonitas que eu já vi.”
...
Não levou com o processo, levou com uma gargalhada e um:
“Tudo o que me disse até este momento podia ser verdade, mas agora... descaiu-se.”
PS: Obrigado a todos os que se lembraram do meu aniversário. Beijo.