Não é segredo que gosto de velharias.
Gosto das desempoeirar e trazer para o hoje. Numa estante ou num álbum. Alguma coisa ou alguém.
Também não é segredo que gosto de cartas. Cartas que trazem palavras e uma letra, mais ou menos legível, familiares.
Os tios avós foram morrendo e velhas cartas foram-me chegando.
Dentro de uma mala antiga, muito amarfanhadas, algumas carcomidas, com uma letra que não reconheço.
Cartas do meu avô para o meu bisavô, de Moçambique, para a aldeia, de 1950 a 1962.
Eu não conheci nenhum dos dois. A minha mãe conheceu os dois por pouco tempo.A cada nova folha passada com o ferro bem quente fomos (re)descobrindo um capítulo da história que se tinha perdido. Imaginando uma voz.
Incaia, 15/02/1956
E trouxe. A minha mãe.
3 Comments:
Autênticas relíquias! Verdadeiros pedaços de história...
já eu... passei do extremo de guardar tudo ao extremo de deitar quase tudo fora.
gosto desta tua veia "arqueológica" =)
Que lindo! :)
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